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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

ATENÇÃO: CHAMADA PARA INSCRIÇÕES PARA A CAMINHADA ECO-HISTÓRICA 2017


O Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá - IHBAJA - abre a partir de hoje (26/12/2016) chamada para inscrições da atividade Caminhada Eco-histórica: nas trilhas da nossa história, que será realizada em data ainda a definir a partir da segunda quinzena de Janeiro de 2017. As inscrições deverão ser feitas SOMENTE por e-mail, até o dia 11/01/2017, pelo seguinte endereço: ihbaja@gmail.com. O assunto da mensagem deverá ser: INSCRIÇÃO CAMINHADA ECO-HISTÓRICA.

Os interessados deverão registrar as seguintes informações no corpo da mensagem: nome completo, bairro em que mora, telefone para contato e explicar o motivo do interesse em participar da atividade. As inscrições são individuais, ou seja, uma pessoa não poderá realizar mais de uma inscrição. A atividade é sujeita a limitação de vagas, uma vez que um dos locais onde poderá ser realizada a atividade impõe restrições a quantidade de pessoas por grupo.

O local da atividade será divulgado com antecedência de até duas semanas do dia em que a atividade será realizada. Os três locais que dispomos para realizar a Caminha Eco-histórica para Janeiro de 2017 são: Núcleo Histórico Colônia Juliano Moreira/ Fazenda Engenho Novo da Taquara, Núcleo Histórico Maciço da Pedra Branca vertente Camorim e Núcleo Histórico Maciço da Pedra Branca vertente Vargem Grande. Os três Núcleos históricos possuem em comum uma abordagem temática que trata da ocupação indígena, quilombola e portuguesa na região de Jacarepaguá.

A Caminhada Eco-histórica: nas trilhas da nossa história é uma atividade oferecida pelo IHBAJA na região de Jacarepaguá desde 2011 e é coordenada pelo professor-pesquisador Val Costa, com co-coordenação do professor-pesquisador Renato Dória. A atividade é indicada para pessoas de todas as idades por ser uma caminhada em trilha de nível leve. O tempo mínimo de duração é de até 3h, com início no período da manhã. Recomendamos o uso de roupas leves, chapéu ou boné, calçado flexível e confortável, levar garrafa com água e frutas, repelente, traje de banho (dois dos três percursos tem a opção de banho em cachoeira) e protetor solar.


 Pedra do Lagarto - Comunidade Quilombola Cafundá Astrogilda
Núcleo Histórico Maciço da Pedra Branca vertente Vargem Grande


Pedra do Lagarto


Aqueduto da Fazenda do Engenho Novo - bairro da Colônia
Núcleo Histórico Fazenda do Engenho Novo/ Colônia Juliano Moreira




Igreja Nossa Senhora dos Remédios
Núcleo  Histórico Fazenda do Engenho Novo/ Colônia Juliano Moreira



 

 Sub-sede Camorim do Parque Estadual da Pedra Branca
Núcleo  Histórico Maciço da Pedra Branca vertente Camorim


 Igreja São Gonçalo de Amarante
Núcleo  Histórico Maciço da Pedra Branca vertente Camorim


 Circuito das Águas - Subsede Camorim do Parque Estadual da Pedra Branca
Núcleo  Histórico Maciço da Pedra Branca vertente Camorim

Informações adicionais sobre a atividade serão fornecidas por e-mail e/ou pelo blog. Os membros do IHBAJA possuem contato com os moradores das Comunidades Quilombola do Camorim e Cafunda Astrogilda e, dependendo do percurso que for definido, é possível que para a Caminhada representantes destas comunidades poderão estar presente contribuindo com a atividade.

Acessem o blog do IHBAJA com frequência para não perder este atividade que é uma oportunidade única. Venha conhecer um pouco mais sobre a história da Baixada de Jacarepaguá e do Rio de Janeiro numa atividade lúdica, prazerosa, descontraída e em contato com a natureza. Entre em contato atrvés do nosso e-mail.
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sábado, 24 de dezembro de 2016

IHBAJA participa de visita-guiada na Comunidade Remanescente de Quilombo Cafundá Astrogilda, em Vargem Grande


No dia 03/12/2016 trabalhadores do Colégio Estadual Teófilo Moreira da Costa e moradores da comunidade remanescente Quilombola Cafundá Astrogilda organizaram uma visita-guiada pela trilha que leva até a comunidade, repleta de sítios históricos e com áreas represadas do rio Mucuíba que funcionam para banho e lazer. O local é bastante frequentado em dias ensolarados pelos moradores das Vargens e adjacências, sendo uma ótima alternativa à praia lotada durante o verão.

De acordo com a Fundação Cultural Palmares (FCP), instituição pública federal criada em 1988 voltada para promoção e preservação da arte e da cultura afro-brasileira, "quilombolas são descendentes de africanos escravizados que mantêm tradições culturais, de subsistência e religiosas ao longo dos séculos. E uma das funções da Fundação Cultural Palmares é formalizar a existência destas comunidades, assessorá-las juridicamente e desenvolver projetos, programas e políticas públicas de acesso à cidadania."



Em mais de 25 anos de atuação, a FCP identifica, reconhece e certifica comunidades quilombolas por todo o território nacional e já emitiu mais de 2.476 certificações para comunidades quilombolas. A certificação "reconhece os direitos das comunidades quilombolas e é referência na promoção, fomento e preservação das manifestações culturais negras e no apoio e difusão da Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da História da África e Afro-brasileira nas escolas."


Atualmente, na cidade do Rio de Janeiro são quatro as Comunidade Remanescentes de Quilombos certificadas pela Fundação Cultural Palmares: as duas mais conhecidas estão localizadas em áreas urbanizadas, ou seja, são quilombos urbanos: o da Pedra do Sal, na zona Portuária, e o Sacopã, na Lagoa, zona sul da cidade. As outras duas, menos conhecidas, estão situadas na zona oeste da cidade: são as comunidades Quilombola do Camorim, situada no mesmo bairro e a Cafundá Astrogilda, em Vargem Grande. Esta, certificada em 2014, foi a última comunidade quilombola da cidade do a ser reconhecida pelo Incra e pela Fundação Palmares.


Mapa das Comunidades Quilombolas do estado do RJ elaborado em 2013.
Fonte: RioOnWatch.org.br.


Localizadas, portanto, na região da Baixada de Jacarepaguá as duas comunidades remanescentes de quilombos possuem outra característica em comum: surgiram no entorno do Maciço da Pedra Branca. A Baixada de Jacarepaguá, durante o período colonial e de auge da produção açucareira no Brasil, chegou a abrigar onze (11) engenhos de fabricação do açúcar. Muitos são os registros fazendo referência à região como a "planície dos onze engenhos". Muitos, também, são os registros que fazem referência à presença quilombola e de resistência à escravização de negros africanos na região: a Serra do Quilombo (em Vargem Grande), a Pedra do Quilombo (na Taquara), a Serra dos Pretos Forros (entre a Covanca e Freguesia).

Nada fora do comum, dada a geografia da cidade do Rio de Janeiro, cortada por três grandes maciços, o do Gericinó/Mendanha, o da Tijuca e o da Pedra Branca, a existência de áreas elevadas, como morros e serras. Estes indícios da presença quilombola na região de Jacarepaguá são reforçados por inúmeras pesquisas que apontam a fuga para as "matas elevadas" e a organização de quilombos como uma das práticas principais de resistência à escravização na cidade do Rio de Janeiro. Daí a nomeação de morros, serras e outros elementos da geografia local fazendo referência ao passado quilombola da região de Jacarepaguá. Daí, também, explica-se, em parte, a existência das duas comunidades remanescentes de quilombo em Jacarepaguá terem se desenvolvido nas vertentes elevadas do Maciço da Pedra Branca.


Os três maciços da cidade do Rio de Janeiro.
Fonte: Aventritur.com.br



Vemos nesse mapa a área de abrangência do Maciço da Pedra Branca.
 Fonte: Aventritur.com.br


E uma característica relevante de uma das comunidades remanescente de quilombos de Jacarepaguá é guardar até hoje em dia aspectos rurais: é o caso da comunidade quilombola Cafundá Astrogilda, em Vargem Grande. Muitas famílias que moram por lá ainda praticam agricultura de subsistência que contribui, também, para o abastecimento do mercado local de alimentos. Abóbora, aipim, inhame, banana, limão e diversas hortaliças são cultivadas por lavradores e lavradoras.

No local há mais de 200 anos, as famílias de moradores do quilombo Cafundá Astrogilda tem uma herança cultural de grande importância, não somente histórico-cultural mas, sobretudo, econômica, pois contribui para a produção de alimentos sem agrotóxicos para o consumo dos moradores da região de Vargem Grande. E a atividade realizada pelos trabalhadores do C. E. Teófilo Moreria da Costa tenta aproximar os estudantes moradores da região desta riquíssima experiência histórica e cultural, numa atividade lúdica e educativa.

Abaixo vemos alguns registros da atividade:




Os moradores do local Sandro e Alexandre relatam que neste ponto registrado pela foto funcionava um engenho de moer mandioca movido à água. Estrada do Mucuíba, Vargem Grande, via de acesso ao Quilombo Cafundá Astrogilda.


Estrada do Mucuíba, trecho que marca 100m de altitude do nível do mar. 
Ainda de terra batida e cercada pela mata.


Flagrante do aspecto ainda rural da Comunidade Quilombola Cafundá Astrogilda: moradores usando cavalo como meio de transporte.







Um dos acessos à Comunidade.


Momento em que Jorge, morador-lavrador do quilombo Cafundá Astrogilda, fala aos estudantes sobre sua relação com a terra: "aqui praticamos a agricultura limpa."


Plantação de aipim e abóbora num sítio de lavrador do Quilombo Cafundá Astrogilda.



Texto e fotos: Renato Dória

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Comunidades Quilombolas da Baixada de Jacarepaguá organizam atividades no mês de novembro


No mês de novembro deste ano (2016), as duas comunidades Quilombolas da região de Jacarepaguá, a Cafundá Astrogilda e a do Camorim, realizaram atividades marcando a importância histórico da data do dia 20 para a resistência da cultura afrodescendente e quilombola da região. Estas atividades visam fortalecer as lutas e celebrar as conquistas dos moradores das comunidades, além de contribuir para aprofundar a identidade sociocultural de origem africana.

Além  do já tradicional evento no dia 20 de novembro no largo de Vargem Grande, os moradores da  comunidade Quilombola Cafundá Astrogilda realizaram também neste mês de novembro várias atividades de caminhadas guiadas pelas trilhas do quilombo, que possui várias cachoeiras para banho e sítios históricos. Desde o início deste ano os moradores da comunidade estão construindo um Eco-Museu para preservação da memória e da cultura quilombola local.

Abaixo, algumas fotos da Aula de Campo no Quilombo, realizada no dia 18/11/2016 na comunidade Quilombola Cafundá Astrogilda, com alunos do Colégio Vargem Grande, por meio de articulação do Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá (IHBAJA).





 Nesta atividade, além de aprenderem um pouco mais sobre a história de Jacarepaguá e do Rio de Janeiro com professores do colégio, os alunos têm a oportunidade de conhecer mais sobre a história da região de Vargem Grande e da zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro a partir da experiência dos próprios moradores. As famílias de moradores da comunidade Quilombola Cafundá Astrogilda vivem há mais de 200 anos na região do Alto Mucuíba, em Vargem Grande e muitos moradores de lá praticam a agricultura de subsistência e de comércio voltado para o mercado de alimentos da região, comercializando em feiras e com a escola pública estadual local.





 Já os moradores da comunidade Quilombola do Camorim, por meio da Associação Cultural Quilombola do Camorim (ACUQCA), organizaram a 15ª Feijoada da ACUQCA - Dandara e Zumbi dos Palmares, enfatizando nas celebrações deste ano a homenagem e reconhecimento à presença feminina nas lutas e conquistas da população afrodescendente na história do Brasil. O evento foi realizado no dia 27/11 e contou com diversas atividades, como roda de Jongo e de Capoeira, barracas de artesanatos produzidos por moradores de Jacarepaguá, declamação de poesias, música, etc. O IHBAJA esteve presente para prestigiar o evento.

Abaixo, algumas fotos do evento realizado em celebração ao mês da Consciência Negra e Afrodescendente pela ACUQCA, no Camorim. 




 A 15º Feijoada da ACUQCA foi realizada este ano em frente a Igreja São Gonçalo de Amarante, construção de 1625, uma das mais antigas da Baixada de Jacarepaguá. A capela foi construída nas terras do Engenho do Camorim, erguido no século XVII e um dos mais antigos de Jacarepaguá. Este engenho pertenceu à família Sá, que forneceu conquistadores e os primeiros governadores no início da colonização portuguesa no Rio de Janeiro.





Tão (ou talvez mais)  importante quanto lembrar os dirigentes da obra colonizadora do Brasil, é recordar que esta mesma sociedade colonial foi formada por grupos étnicos variados, não só o português, mas sobretudo as diversas etnias de africanos e indígenas nativos.




E se até hoje ensina-se na escola que, no passado, tanto os africanos quanto os indígenas foram subjugados e escravizados por conquistadores portugueses durante a obra colonizadora, num percurso de 500 anos de história, é importante destacar que neste mesmo percurso houveram lutas e resistência às diversas tentativas de subjugação e escravização. O Quilombo, na sociedade colonial, foi um espaço socialmente construído de resistência à subjugação e à escravização, ocupado pela população marginalizada da sociedade colonial portuguesa.

As revoltas de africanos escravizados e todo o período em que atuou o movimento abolicionista, o protagonismo dos negros foram exemplos de resistência. E é este um dos significados das celebrações do mês de novembro em Jacarepaguá: firmar uma posição de resistência cultural e de valorização de uma herança étnica africana de luta contra a exploração e dominação, seja econômica, política ou cultural.

Texto e fotos: Renato Dória

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